terça-feira, setembro 23, 2008

[o poeta corcunda]

para bêbados - o significado de uma cerca para o ébrio, por exemplo, não é evidentemente o mesmo de um homem lúcido. No cérebro do bêbado, tudo está pendurado de cabeça para baixo; as idéias que faz das coisas dormem em seu teto como morcegos negros. Sim, ele altera o seu sono, o seu período de vigília – ele modifica o próprio ciclo da natureza! O bêbado não pode viver sem deformar, sem distorcer ou destruir o mundo; ele é o desagregador, o pária, a força individual em combate contra os elementos de coesão social, subvertendo a ordem superficial a serviço de uma divindade esquecida.
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[O bêbado é uma segunda natureza do poeta. O poeta é aparentemente o bêbado primitivo - ou o ébrio com o estômago cheio. Em certas aparições, o poeta é somente uma farsa (uma fantasia incorporada ao bêbado original), ou a ausência de limites procurando expressão. Mesmo os bêbados têm ereções...]

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